sábado, 9 de maio de 2009

Direita vou ver

Mas o fato marcante do dia, por sua ousadia, marchando na contra mão de todo o movimento ali presente, foi a chegada em passeata do DEE - Diretorio Estadual dos Estudantes do Rio Grande do Sul.
Entidade reconhecida pelo decreto 288 e ligada ao MEC, ou seja a unica legalizada a se apresentar no Congresso.
Acusada de direitista e provocadora pelos congressistas daquele estado, o DEE chegou acusando a Comissão Organizadora Pró UNE de tê-los preterido não permitindo sua participação.

Seu lider teria direito a falar no Congresso, no segundo dia, num momento tenebroso, quando se sentiu correr na espinha o receio da repressão.
Veio a mente Ibiuna 68, mas ali não estavam 1200 estudantes, e sim 10 mil e mais todo uma sociedade de olho no evento.

Eleições, o Grupão



O maior número de inscritos se deu no grupo de eleições, ali o bicho pegou, eleições diretas ou indiretas em Congresso ou por voto de entidades.
Eleições já, ou mais para a frente.
Diretoria por nomes ou entidades, uma éspecie de Conselhão.
Os debates eram acirrados, os defensores de cada posição davam o sangue em sua defesa, mas o tema só seria decidido em plenária no dia seguinte.
O grupo ajudou a definir as posições das tendencias nas tendencias das composições.
Ali começou a se definir o futuro do movimento e a futura diretoria da UNE.

Esse papo é grupo


Os grupos de debate até se formaram, como vemos nesta imagem que mostra também a precariedade das instalações, mas desde o começo já se percebia que não chegariamos ao fim. Só em questões de ordem e encaminhamento foi gasto um tempo precioso para o debate.
As tendencias se degladiavam, querendo fazer prevalecer seu ponto de vista. Liberdade e Luta - hoje O Trabalho no PT, Caminhando e Viração - desde lá PCdoB, Refazendo - filha da AP Ação Popular, hoje PCdo B, Centelha e Ponteio - Polop, hoje pode se dizer mãe e pai da DS no PT, Novo Rumo - na época Convergencia Socialista, hoje PSTU, e Unidade - PCB, Partidão, hoje PPS, eram as mais influentes.
Elas se envolviam em discussões interminaveis que desestimulavam os estudantes independentes, que então se dispersavam em passeios pelo mercado de Salvador, Farol da Barra, Itapoãn, Pelourinho e outros.
Voltavam e ainda dava tempo de votar. Mas com isso, acabavam prevalecendo as posições fechadas em conchavo pelas tendencias.

Atenção para o Refrão

A UNE somos nós, nossa força, nossa voz.
Deveriam ser montados seis grupos de debates, Realidade Brasileira, Universidade, Lutas Estudantis, Estatutos e Carta de Principios, Eleições da UNE e Secretarias da UNE.

Mas antes, almoçar. O rango não era dos mais saborosos. Distribuidos pelas janelas dos onibus em marmitex de aluminio mole. Os congressistas se reuniam em grupos e iniciavam as discussões enquanto almoçavam.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Iniciando o Congresso


Após a maratona de discursos e moções de apoio ao Congresso, assinadas, entre tantos outros, por politicos como Leonel Brizola, escritores e intelectuais como Jorge Amado, exilados politicos como Jean Marc, Luiz Travassos, Luis Guedes, Wladmir Palmeira, presos politicos como Altino Dantas, Aldo Arantes e Edval Nunes (Cajá), e ainda de Assembléias Legislativas, Prefeituras, Entidades, Associações e Sindicatos, finalmente os trabalhos puderam começar.
A impaciencia para entrar nas discussões praticamente impediu que os presentes prestassem atenção ao hino da UNE, cantado por seu compositor Carlos Lira, em parceria com Vinicius de Moraes.
Todos esperavam pelos encaminhamentos dos trabalhos, que foram anunciados pelo coordenador do Congresso, Rui Cesar.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Terça Feira, 29 de maio de 1979



Instalar o Congresso não foi das tarefas mais fáceis. Dezenas de personalidades presentes, cartas e moções enviadas em apoio ao Congresso precisavam ser ouvidas e lidas, tal a importância dos nomes envolvidos.
Na mesa, nesta imagem vemos José Genoino - membro da última diretoria clandestina da UNE em 1971/72, Senador Marcos Freire - representando o MDB, José Serra - ex-presidente da UNE gestão 1963/64, quando o prédio da UNE foi incendiado.
Na imagem colorida temos a presença de Vinicius Caldeira Brant - ex-presidente da UNE gestão 1962/63, lider da Ação Popular no movimento estudantil, que conversa com Rui Cesar, coordenador do Congresso e futuro presidente da UNE.
Além deles, deputado Freitas Nobre do MDB, o presidente do Comite Brasileiro de Anistia-Seção Bahia, dois lideres camponeses, um deles de Conceição do Araguaia, onde aconteceu a última tentativa de resistencia armada ao regime militar, dizimada em 1974. Em pé representantes de entidades, sindicatos, deputados federais e estaduais.

E ainda,