sábado, 21 de março de 2009

Quem é

O Bicho

Para esta imagem quero comentarios. Quem era e quem é esta grande liderança da Libelu no Congresso?

Concluindo esta parte

Também houveram temores, como a chegada do DEE do Rio Grande do Sul, dominado pela direita e querendo contestar o Congresso, o atentado contra a casa de força que deixou a plenaria no escuro e gerou um dos momentos mais memoraveis do Congresso. Todos que tinham carros nas imediações correram para direciona-los para o plenario e acender os farois iluminando uma multidão de estudantes, que embora apreensivos não arredavam do lugar.
Pegamos os caras, ao menos dois deles, e com eles dois pacotes de pó de mico, que eles pretendiam jogar nos estudantes no escuro.
Esse tipo de atentado teve seu estertor na fracassada tentativa do Rio Centro em 1981, quando a bomba destinada a casa de força do show de primeiro de maio explodiu no colo de um militar a serviço do serviço secreto do serviço secreto do governo, se me entende.
Um caso com o teatrologo Zé Celso, que queria apresentar as Bacantes e não foi autorizado, mostrou uma face ainda conservadora dos dirigentes do Congresso. Muitos encontros paralelos, por disciplina, discutiam curriculo, representação universitária, a prestação de serviço publico pelos formandos do ensino publico, o ensino publico e gratuito para todos, e até a autogestão da universidade por alunos, professores e funcionários

Estive lá

Começo contando um pouco da história sob meu ponto de vista e como quem viveu o evento.
Aqueles eram outros tempos, viviamos ainda o resquicio de campanhas como "Brasil, ame-o ou deixe-o". O algozes de plantão chamavam Newton Cruz, Erasmo Dias, Frota e outros que insistiam na manutenção do regime militar. O presidente da Republica preferia o cheiro de cavalos ao do povo, e sua abertura politica seria feita na marra, "quem for contra eu prendo e arrebento".
A anistia ainda era discutida e a liberdade de organização e expressão era uma duvida. Em 76 ainda viviamos episodios como o Massacre da Lapa, em 1977 a invasão da PUC em São Paulo. Ainda pesava em nossas mentes as mortes de Wladimir Herzog e Manuel Fiel Filho.
Mesmo assim nos organizamos por faculdades e lá fomos nós, a estudantada: " Eu já estou com o pé na estrada", " nada será como antes amanhã", mesmo sabendo que "hoje voce é quem manda, falou tá falado não tem discussão", pois já tinhamos aprendido a lição de "quem sabe faz a hora não espera acontecer".
E lá fomos nós, saindo da Faculdade de Medicina em São Pailo, pela via Dutra, onde nos aguardavam comandos em Jacarei, Guaratingueta e tantos outros locais, que transformou uma viagem prevista para 24 horas de São Paulo a Salvador, em quase 78 horas, mas conseguimos chegar driblando comandos, tomando estradas alternativas e trocando as lideranças de onibus para confundir a repressão.
Não escapamos de sermos fichados em São Paulo, Rio, Minas e Bahia. Mas chegamos.
E fomos recebidos carinhosamente pelo povo da Bahia, que cedeu suas casas e muitas vezes suas camas para abrigar os 5000 delegados presentes para o Congresso.
Lá vivemos muitas emoções, todos os debates, o papel da UNE na sociedade, a democratização da Universidade, a Anistia e principalmente as eleições para a primeira diretoria, que para atender o anseio de toda uma nação foi direta, com voto em urna, o que deve ter envergonhado nossos governantes, todos, naquela época, eleitos pelo voto indireto sem participação do povo.

Tentando lembrar

Nossa intenção é resgatar a memória do Congresso através de depoimentos de ex-dirigentes e militantes da época em sua diversidade de tendências e estimular os atuais militantes do ME a conhecer a história da entidade e emitir suas opiniões.
Resgatar documentos e imagens, identificar o futuro de cada participante, suas trajetórias e visão do ME.
Homenagear aquele evento histórico, que ainda sob regime militar antecipou a abertura e a anistia no estabelecimento da Ditadura Derrotada como bem titulou Elio Gaspari.

Cartaz Oficial do Congresso de Salvador